Empresários da tecnologia unem-se para apoiar o Algarve Tech Hub Summit com o objetivo de colocar a região entre os pares do mundo digital.
É um universo restrito o que constitui o ecossistema tecnológico do Algarve Tech Hub, com cerca de 50 empresas tecnológicas que representam cerca de 120 milhões de euros de faturação anual, e que agora se apresenta no Algarve Tech Hub Summit.
O evento, que se realiza entre 28 de março e 3 de abril, em Faro e Loulé, quer atrair investimento, gerar novas ideias de negócio, inspirar empreendedores e promover o conhecimento no meio empresarial local.
De acordo com Jorge Cabaço, da organização do Algarve Tech Hub Summit, «o grande propósito é mostrar que existe um ecossistema de empresas tecnológicas que está a crescer no Algarve e que queremos partilhar com as grandes referências nacionais e internacionais».
Focado na tecnologia e no empreendedorismo, o Algarve Tech Hub Summit aposta em áreas «que podem beneficiar com novas ferramentas digitais e novas práticas, como a saúde, a energia, o agroalimentar, o mar, o digital, a cultura e o turismo.» Durante uma semana, realizam-se conferências, debates, exposições, e eventos de networking que decorrerão todos os finais de tarde com o apoio da Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM), no edifício da Fábrica da Cerveja.
Os pontos altos do programa são a conferência sobre sistemas alimentares sustentáveis (dia 28, às 9h00), a conferência de arte digital do Museu Zero (dia 28, às 14h30), a conferência internacional de turismo e inovação no NERA (dias 29 e 30 de março), as comunidades de inovação em economia circular promovidas pela CCDR Algarve (dia 31 de março), a competição de startups Disrupt’22 (dias 31 de março, 1 e 2 de abril), a Conferência de Destino e Lifestyle (dia 1 de abril, às 14h00) e as conversas temáticas ao final do dia promovidas pela ANJE (28, 29 e 30 de março), pela Câmara Municipal de Loulé (29 março) e pela Câmara Municipal de Faro (31 de março, 1 e 2 de abril).
Jorge Cabaço destaca ainda a palestra «WorkAnywhere» (dia 1 de abril), que se debruça sobre os nómadas digitais e o seu estilo de vida, em que o Algarve pode ser um destino com vantagens competitivas face a outros países e regiões.
«Queremos destacar tudo o que a região pode proporcionar e a qualidade de vida que pode oferecer, ao que se junta o ecossistema tecnológico com todas as condições para quem trabalha à distância».
Aberto ao público em geral, a participação é gratuita, em duas modalidades, presencial ou online. No local, são esperados mais de 500 participantes oriundos de todo o mundo.
«Temos vindo a perceber que pessoas que trabalham em grandes multinacionais, como o Linkedin, Zoom, WeWork querem participar», diz.
«Outra particularidade é que o evento vai disponibilizar uma aplicação (app) que permitirá a todos os participantes interagirem entre si», acrescenta a organização. De resto, todos os dias, ao final da tarde, há encontros de networking para promover a troca de contactos e potenciar parcerias e negócios.
Relativamente ao Disrupt´22 acrescenta que «numa primeira etapa vamos ter especialistas para apresentarem o Algarve enquanto smart destination. Depois, haverá sessões temáticas e sessões de mentoria que vão impulsionar a inovação empresarial, através da capacitação e do acesso a investidores (business angels)», descreve.
Há 20 mil euros em prémios para as ideias mais inovadoras a concurso. No programa há ainda palestras e workshops sobre metaverso, criptomoeda, tecnologia blockchain, inteligência artificial e cibersegurança.
Ouvida pelo Barlavento, Vanessa Nascimento, vice-presidente da Associação Algarve Evolution considera que o que « distingue o Algarve Tech Hub Summit é o facto de ser algo único na região e ter conseguido agregar tantas entidades com objetivos sociais distintos, mas que reconhecem o potencial de crescimento com recurso à tecnologia e à inovação. O Algarve tem um cunho de turismo que deve ser rentabilizado e que pode ajudar a diversificar ainda mais a base económica da região», o que vai ao encontro das intenções da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, que tem financiado vários projetos nesse sentido.
«Esta é a oportunidade de dar a conhecer ao mundo o que existe no Algarve e, ao mesmo tempo, atrair investimento e estimular a internacionalização das empresas».
O ecossistema empresarial do Algarve
O Algarve Tech Hub, um consórcio entre a Algarve STP, a Universidade do Algarve e a Algarve Evolution, que conta com a participação de autarquias, associações empresariais e entidades públicas, é a marca que promove o Algarve como melhor destino tecnológico, de inovação e lifestyle. E não estamos atrasados para apanhar um comboio que está em constante evolução?
«Não, o ecossistema existente já é representativo. Foi um caminho difícil até aqui, exigiu a participação de todos e a cada dia estamos a crescer e a evoluir. O Summit vai trazer personalidades que trazem outros olhares e outras experiências e, isso, só nos pode ajudar a evoluir e a ganhar massa crítica, porque as condições existem, só temos que as rentabilizar, captar talento e atrair empresas nacionais e internacionais para a região».
A estabilidade política do país, a segurança, a localização geográfica e a existência do aeroporto internacional são fatores que podem alavancar os objetivos do Algarve Tech Hub.
Paulo Santos, vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, justifica o apoio da autarquia que também integra o Algarve STP, ao Algarve Tech Hub Summit.
«Estamos alinhados com a estratégia de ter uma região que promova as tecnologias. O Algarve tem capacidade para captar talento, atrair mais empresas do sector e fixar profissionais. E a UAlg tem um papel importante neste crescimento, pelo que está previsto, no âmbito do Plano de Urbanização da Penha, a extensão do Tec Campus em mais 12 mil metros quadrados de área para receber novos equipamentos e alojamento apto a receber estudantes, nómadas digitais ou profissionais do sector. Este Summit surge na altura certa, o Algarve está com os meios necessários e com foco para poder dinamizar o sector tecnológico».
Marta Aragão, da Associação Algarve Evolution, defende as sinergias como mote para o desenvolvimento regional e sublinha a união de esforços como ponto forte do evento.
«Conseguimos, pela primeira vez, unir 10 entidades públicas e privadas para criar algo que é português e que vai acontecer no Algarve, com uma perspectiva de posicionamento global. Estamos a colaborar na transformação do Algarve, a aprender durante todo o processo, a evoluir e queremos alargar esta motivação e envolver ativamente todos os municípios em eventos futuros».
Um dos empresários da região, Paulo Bernardo, considera extremamente importante o Algarve começar a posicionar-se em atividades que já são uma realidade no mundo e capazes de dinamizar a nossa economia».
Entidades envolvidas
Em diferentes palcos, em Faro e Loulé, o Summit junta diversas personalidades para discutir e pensar o papel da inovação e da tecnologia na região e as mudanças na economia, no ambiente, no meio académico, na cultura e no turismo. Em destaque vão estar empresas nacionais e internacionais, que operam a partir do Algarve, startups, projetos em curso e ideias inovadoras. Junta-se o testemunho de casos de sucesso de quem escolheu viver e trabalhar no sul do país. Esta é uma iniciativa do Algarve Tech Hub (ATH), o ecossistema dinamizado pela Algarve STP – Systems and Technology Partnership, e que associa as seguintes entidades:
- Algarve Evolution,
- AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve,
- ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários,
- Câmaras Municipal de Faro,
- Câmaras Municipal de Loulé,
- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve,
- Museu Zero,
- NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve,
- Universidade do Algarve (UAlg).
Figuras de proa de todo o mundo
Pedro Cabrita Reis, o artista plástico português reconhecido internacionalmente, Claudio Calveri, estratega digital de figuras públicas e instituições, o produtor cultural Pablo Berástegui, responsável pelo espaço Salut au monde!, dedicado à fotografia documental, no Porto, pela coordenação do centro de criação contemporânea Matadero, em Madrid, e que integra a equipa responsável pela reabilitação da antiga Fábrica da Cerveja, em Faro, ou o artista brasileiro Emanuel Pimenta, que colaborou, entre outros, com o compositor americano John Cage, o coreógrafo Merce Cunningham ou o filósofo suíço René Berger, com quem dirigiu os primeiros festivais de videoarte e de arte eletrónica do mundo, são alguns dos nomes que integram o cartaz do Algarve Tech Hub Summit (ATHS).
A marcar presença vão estar também Alessandra Priante (Organização Mundial de Turismo), Ana Chiappetta (Alibaba Group), André Marquet (Productized), Edouard Rollet (Alter Eco e Quinta Bohemia), Joana Glória (Lagos Digital Nomads), Kelly McGuire (ZS), Luís Araújo (Turismo de Portugal), Marco Peerboom (Decred), Nelson Luciano (Google Cloud Portugal), Ramin e Firuza Sultanov (Floovly e EMPWRD), Stewart Noakes (Canopy Lx) e Tim Vieira (Brave Generation).